O relacionamento entre franqueador e franqueado se assemelha muito a um casamento: começa com encantamento e expectativas, passa por desafios, amadurece com o tempo, e pode florescer ou se desgastar, dependendo de como é nutrido.
Neste artigo, vamos explorar as principais fases emocionais e comportamentais que o franqueado costuma viver ao longo do tempo. Compreender essa jornada é essencial para você, franqueador, saber como agir em cada etapa e construir uma rede saudável, produtiva e duradoura.
Tudo começa ainda na fase de negociação. O candidato a franqueado está empolgado, encantado com a possibilidade de empreender com o apoio de uma marca estruturada. Ele enxerga a franqueadora como um porto seguro, alguém que tem a fórmula do sucesso.
Assim que o contrato é assinado, inicia-se a "lua de mel": entusiasmo, confiança e altas expectativas.
O franqueado está motivado, acredita no modelo e espera que, com seu suporte, tudo dê certo.
Nos primeiros meses de operação, o franqueado depende intensamente da franqueadora. Ele tem dúvidas constantes, inseguranças, e precisa de apoio em cada pequena decisão: da montagem da equipe ao uso dos sistemas.
Nessa fase, sua presença como franqueador é fundamental. É hora de estar disponível, instruir, apoiar e mostrar, na prática, que ele não está sozinho.
Com o tempo, o franqueado começa a ganhar autonomia e confiança. O negócio já funciona, ele domina a rotina, e começam os questionamentos:
“Será que vale a pena continuar pagando a taxa mensal?”
“Eu realmente preciso desse suporte?”
“Será que não consigo seguir sozinho?”
Essa fase é delicada. Muitas vezes, esses pensamentos surgem porque as expectativas do início não foram completamente alinhadas ou atendidas.
Se o sentimento de questionamento não for bem gerenciado, ele pode evoluir para a tentação de rompimento.
O franqueado se sente autossuficiente e começa a imaginar:
“E se eu criar minha própria marca e seguir sozinho?”
Aqui, a franqueadora precisa agir com inteligência. Comunicação transparente, proximidade e reforço constante de valor são essenciais para manter o vínculo e evitar rupturas.
Com a maturidade do negócio e do relacionamento, muitos franqueados chegam a uma fase de reconhecimento. Eles percebem o quão difícil seria construir sozinhos e o que a rede já oferece em termo de marca reconhecida e consolidada, sistemas, manuais, suporte e marketing e atualizações constantes e suporte de gestão.
Nesse momento, o franqueado compreende que as taxas pagas são, na verdade, um investimento — e o senso de pertencimento se fortalece.
Essa é a fase ideal! O franqueado está satisfeito, maduro e engajado. Ele se torna defensor da marca, indica novos franqueados e, muitas vezes, deseja abrir novas unidades.
Mais do que um parceiro, ele se transforma em multiplicador do propósito da rede.
A duração de cada fase depende do perfil do franqueado, estrutura e maturidade da franqueadora e qualidade do relacionamento.
O segredo está em acelerar essa curva com presença, informação, acolhimento e inovação constante.
Mesmo com todo cuidado, conflitos irão surgir. Lembre-se: você está lidando com empreendedores pessoas com sonhos, opiniões e personalidade.
Por isso mantenha a comunicação constante e transparente, invista em canais de escuta ativa, ofereça argumentos sólidos nas fases de questionamento e mostre evolução contínua da rede.
Gerenciar uma rede de franquias vai muito além de processos e manuais.
É sobre gerenciar pessoas, expectativas e emoções.
Quanto mais você entender as fases do franqueado, mais preparado estará para construir um relacionamento duradouro, com confiança mútua e crescimento sustentável.
Christian H Rossi
05/2025